sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Animais nossos amigos

A riqueza em qualquer habitat reside na diversidade.
A horta não deve fugir a esta regra. Sempre que possível tento preservar e fomentar essa diversidade. Isto não significa que se devam acarinhar as pragas que por vezes grandes estragos causam na nossa horta, como as lesmas e os caracois, mas deve tentar encontrar-se um equilíbrio natural (Por vezes é quase impossível e demora algum tempo!), onde os predadores controlem os nossos "inimigos".
Vou dar alguns exemplos: O sapo, tão odiado pela crença popular, é de extrema valia. Alimenta-se de lesmas e caracois em grandes quantidades e é práticamente invisível (só se deixa vêr em dias muito húmidos ou à noite); o ouriço-cacheiro, apesar de poder comer alguma fruta, paga o estrago que faz com a grande quantidade de insectos que devora; a aranha, que constroi as suas teias e apanha insectos; a "bicha-cadela" - um predador muito útil; a "joaninha", insecto tão simpático e tão útil (pode comer centenas de pulgões por dia!); as minhocas da terra, decompositores e arejadores do solo; a vespa tão temída pelas suas ferroadas, mas tambem é um predador útil; os pássaros, principalmente os insectívoros; As abelhas, que apesar de não serem predadores têm um efeito de utilidade impagável, pois são responsáveis por grande parte dos frutos que conseguimos colher, elas são polinizadoras excelentes.
Em oposição há insectos que consideramos simpáticos, mas são grandes causadores de estragos, como os grilos, as borboletas ou os gafanhotos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Compostagem

A compostagem é uma maneira muito útil e barata de devolver à terra nutrientes que se vão perdendo ao longo do tempo. Para pequenas hortas é muito eficaz. Na minha horta utilizo um compostor de 350l, que é despejado duas a três vezes vezes por ano. O processo de compostagem demora alguns meses, podendo ser acelerado se a matéria a compostar for virada/arejada de 15 em 15 dias ou semanalmente. É um processo que requer humidade, mas não em excesso. Devem misturar-se elementos castanhos com verdes, ou seja cartão, papel, palha, folhas secas, pequenos ramos, com relva acabada de cortar, restos da cozinha, ervas daninhas (de preferência aínda na fase em que não têm sementes), etc. Podem juntar-se aínda cinzas das lareiras (em pequenas quantidades), borras de café, restos de chá, penas, cascas de ovos, etc, etc...
Este método permite-nos reduzir drasticamente o lixo que produzimos, contribuindo para a diminuição da nossa pegada ecológica!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Lesmas - Dica útil para as controlar

Esta praga que afecta todas as hortas pode ser controlada enterrando recipientes na terra (fundos de garrafas de plástico ou pacotes de leite cortados, por exemplo) e colocando um pouco de cerveja no fundo. Já fix a experiência com cerveja com e sem álcool, cerveja preta ou normal. O resultado é o mesmo. Parece-me que é o odor da cerveja que as atrai. As lesmas caiem para dentro da cerveja e já não voltam a sair. Para ser mais eficaz, pode colocar-se algo por cima como uma telha, por exemplo, evitando que a àgua da chuva entre nos recipientes.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Alimentação das plantas!

Na minha opinião, a adubação não deverá servir para alimentar directamente as plantas, mas sim o solo. Como tal, não utilizo adubos químicos, que além de serem absorvidos directamente pelas plantas, infiltram-se para camadas inferiores do solo, contribuindo para a contaminação dos lençois freáticos.
Se tivermos um solo rico em nutrientes não haverá necessidade de adicionar mais nenhum elemento químico... Além do mais é económicamente mais vantajoso!
Eu utilizo principalmente composto, proveniente do COMPOSTOR, estrume, cal (Para culturas como as couves, por exemplo), cinza da lareira e adubos verdes (feitos a partir da maceração de urtigas em água durante pelo menos uma semana e depois diluido).
Estes são apenas exemplos dos adubos que utilizo, há mais, não sei se são os melhores ou mais eficazes, mas são os que conheço...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Falsa sementeira

É uma técnica utilizada para reduzir drásticamente o ataque de infestantes, sem a utilização de herbicidas...pois claro!
Consiste muito simplesmente na preparação do canteiro/talhão a semear, mas não se semeia nada... Vai-se regando e duas a três semanas depois pode sachar-se tudo de novo, arrancanto as pequenas daninhas. Agora sim, pode semear-se!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O início

"Quando nada mais lhe restar o Homem voltará à Natureza... até lá, refugiar-se-há numa pretensa superioridade".
Henrique Trindade

Depois de muito adiar lá resolvi dar início ao Blogue. Pretendo que seja um espaço onde possa aprender e partilhar um pouco sobre o que já aprendi com as minhas leituras, pesquisas e experiências (muitas delas falhadas!...), sobre esta área tão importante e quase sempre tão esquecida que é a agricultura. Mais particularmente uma forma de agricultura que não se prende meramente com a produção de horticolas ou fruticolas, mas vai muito para além disso.
A PERMACULTURA, não é um regresso ao passado, não é um sinal de atraso é acima de tudo um método de observação em que se colabora com a Natureza, não contra Ela, tentando imitá-La.
Como indica o nome PERMACULTURA=PERMANENT AGRICULTURE, preocupa-se com a sustentabilidade agricola, o meio social, cultural e tambem económico das populações onde se insere e como tal não se restringe somente à agricultura, podendo ir muito mais além aplicando-se à Silvicultura, Arquitectura, Engenharia, Economia, Sociologia, Etc.